sábado, 28 de maio de 2016

Era uma vez...

...um roteiro que faz a gente se sentir dentro de um Conto de Fadas!


Conhecida como a rota dos contos de fada, a passagem pelas cidades que inspiraram os Irmãos Grimm a escreverem suas histórias é fantástica.

Uma das melhores formas de fazer o roteiro entre as cidades de Hanau, perto de Frankfurt, e Bremen, no Norte da Alemanha é de carro. Uma estrada que leva direto ao passado, a um cenário que parecia existir só na imaginação de quem leu histórias como Branca de Neve, Bela Adormecida e Rapunzel. 

Os castelos medievais, rodeados por lindos jardins e florestas da região fazem qualquer um acreditar que a frase “E viveram felizes para sempre”, é possível por lá.

Escolhemos oito cidades da rota para visitar, e conseguimos fazer o roteiro em três dias. O passeio começou em Hanau (claro, depois de descer no Aeroporto de Frankfurt e pegar um carro alugado). A cidade é considerada o marco inicial da história dos irmãos Grimm, foi a cidade onde Jacob e Wilhelm nasceram. Apesar de ter poucos registros materiais dos irmãos, a cidade tem arquitetura alemã bem conservada. Um monumento no centro da cidade homenageia os irmãos.


A segunda visita foi a Marburg. A cidade universitária onde Jacob e Wilhelm cursaram Direito, e incentivados por um professor, começaram a escrever o primeiros contos infantis. Ela tem 15 símbolos em tamanho grande espalhados por lá para fazer alusão às histórias.


Mas o mais legal, além do clima universitário que continua até hoje, é a estrutura. Cercada de casas do tipo enxaimel, a cidade tem dois níveis. No mais alto fica o Castelo de Marburg, grande parte dos pubs restaurantes e alguns prédios da universidade e, na parte de baixo, ficam os hotéis e algumas igrejas. Um elevador leva até a cidade alta. Passear por lá é mágico, porque é tudo muito preservado, e é impossível não se imaginar vivendo em outro tempo.

No outro dia, a viagem continuou por Bad Wildungende, no vilarejo de Bergfreiheit. Lá fica o castelo em estilo barroco de Schloss Friedrichstein, que teria inspirado a história da Branca de Neve. O conto foi baseado em uma história real, da jovem Margarethe von Waldeck, irmã do fundador de uma vila mineira, que teria sido envenenada na região. A antiga mina extratora de cobre também pode ser visitada, e inspirou a participação dos anões mineiros na história.

De lá, seguimos para Kassel, uma das minhas partes favoritas da viagem. Toda a história literária dos Grimm pode ser conhecida em detalhes no Museu dedicado a eles em Kassel. Eles viveram na cidade por mais de 30 anos, e foi lá que tiveram o período mais rico das suas carreiras. No Brüder Grimm Museum é possível ver artigos valiosíssimos como manuscritos das obras e cópias da primeira edição dos “Contos Maravilhosos, infantis e domésticos” com anotações feitas à mão pelos próprios Grimm! 


Além disso, o espaço também tem espaços interativos com histórias da Chapeuzinho Vermelho, A Princesa e o Sapo e Branca de Neve. 


Também foi lá que descobri, que além do trabalho literário, eles tiveram importância fundamental na estruturação do idioma alemão, com a produção de um dos primeiros dicionários da língua. Também tem móveis antigos, e muitas coisas que fizeram parte da vida e trabalho deles, guardadas desde 1812 (aproximadamente). 

Em uma das áreas estão cópias dos livros publicados em vários idiomas. 


A versão em Português também está lá.

                                              

No terceiro e último dia da viagem, seguimos ainda mais para o interior. A cidade de Sababurg, que tem só 18 habitantes, foi um dos destinos. Lá fica o Castelo de 1334 que inspirou a história da bela adormecida, no título original: Dornröschen, Rosinha dos Espinhos.


É possível fazer um tour ao redor do castelo medieval. Roseiras estão plantadas ao longo de toda a estrutura, infelizmente, quando visitamos não era a época em que as flores abrem, mesmo assim, as roseiras dão um ar especial ao castelo. 


Ele fica em uma parte alta e é cercado por campos, a vista é incrível. Dentro da estrutura também há um restaurante e no menu, alguns pratos com rosas na receita. 

                           

Pertinho de Sababurg, a aproximadamente cinco quilômetros, fica o castelo da minha história favorita dos Grimm (que li e re-li e assisti tudo que tinha de filmes várias vezes), Rapunzel. O castelo do século XIV também é hotel, restaurante, e claro, tem a famosa torre – com uma trança loira enorme pendurada...


E a decoração do lugar com tema não parou por aí, cada detalhe do castelo parece ter saído de um conto de fadas! Quadros, arranjos de mesa, lustres, toalhas, tudo é perfeito! 



Além de poder comer e passear ao redor do castelo, nos jardins super cuidados, também dá pra subir os quase 40 metros de altura da torre em uma escada espiral, por um tour bem sombrio, mas com uma vista recompensadora.



Já chegando no fim da viajem, visitamos a pequena Hamelin, cenário do famoso conto do flautista encantador de ratos. Infelizmente as apresentações teatrais com flautista e crianças vestidas de ratinhos só acontecem no verão, mas valeu a visita. A cidade é um amor, nas calçadas tem ratinhos que levam até os dois monumentos em homenagem à história na praça central. 



Vários cafés e livrarias (cheias de brindes de ratinhos) com versões do livro em tooodos os idiomas. Comprei o meu em francês, para estudar um pouco! 


De Hamelin, seguimos para o último destino, Bremen. A cidade era maior do que as últimas que tínhamos visitado, e apesar da frustração com o único monumento em homenagem ao conto Os músicos de Bremen (a estátua mal tinha a minha altura), os prédios do centro histórico da cidade são lindos, e como chegamos no finzinho da tarde, apesar de rápida, a visita rendeu ótimas fotos. 



Como nosso vôo de volta era na manhã seguinte, fomos embora com gostinho de quero mais.

A Alemanha

É impossível visitar o país sem ficar impressionado com o nível de organização de TUDO. Dos canteiros de rua (lindos), a limpeza, a educação das pessoas, é um 7x1 a cada passo. 
Em uma das cidades que fomos, uma máquina vaporizadora limpava as ruas durante a madrugada, para que tudo estivesse perfeito no dia seguinte. 

O trânsito não é nada menos que impecável. Chega a ser engraçado, mas em todas as cidades que fomos, vimos que: Pedestres alemães simplesmente não atravessam a rua se o sinal estiver vermelho para eles. Não importa se não tem NENHUM carro na rua, eles só atravessam se o sinal para pedestres estiver verde. E ficam lá, esperando calmamente. E nem precisa dizer que de carro todo mundo respeita as leis também. 

Na maioria dos lugares, as pessoas conversam tão baixo entre si, que fica fácil identificar quem é de fora.

Além da educação, tem a preocupação com o meio ambiente. A Alemanha não é um país ensolarado, lá chove bastante. Mas mesmo assim, não é raro ver comunidades inteiras com placas para geração de energia solar, equipamento caro (também sai caro para eles, me informei com um alemão), mas visto como investimento na preservação do planeta! Junto da energia solar, nas áreas rurais também vimos muitas usinas de geração eólica.
Enfim, mesmo sendo bagunceira em todos os sentidos da palavra, gostei muito da Alemanha e da cultura (que já me chamava a atenção no Brasil, já que muitas cidades de colonização chamam a atenção também pela organização, limpeza e investimentos e tecnologia também, á fiz reportagem falando da Internet gratuita para os moradores da pequena Santa Rosa de Lima-SC), vou querer voltar com certeza!