quinta-feira, 28 de abril de 2016

Vaticano


Para conseguir ver todas as belezas do Vaticano, só morando/trabalhando lá. 

É tudo tão impressionante, que em alguns momentos é preciso parar para organizar os pensamentos, perdidos no meio de tantas obras, tão ricas, tão próximas da perfeição.


O roteiro básico inclui Praça e Basílica São Pedro, Museu do Vaticano e Capela Sistina. Para visitar tudo em único dia, é preciso contar com a ajuda de roupas e calçados bem confortáveis e muita, muita paciência. As filas por lá são garantidas, não importa o dia da semana. Mas cada passo em cima dos pés doídos, no meio de centenas de pessoas, vale a pena. 


Para entrar, o pobre turista tem que se esquivar das seguidas abordagens oferecendo guias, brindes, acessórios, qualquer coisa! O padrão é o do Paraguai, as pessoas te puxam, tentam descobrir tua nacionalidade, falam e falam (em uma impressionante quantidade de idiomas) fazem propagandas absurdas daquilo que vendem e preenchem todo o caminho. Só depois de passar por esse exército, que não tem nada a ver com a Guarda Suíça, é possível chegar ao guichê oficial, comprar as entradas e começar a visita ao interior dos prédios do Vaticano.


A cidade-estado fica dentro de Roma, tem 44 hectares e uma população de pouco mais de 800 pessoas. É a sede da Igreja Católica no Mundo. 

Por volta dos anos 40 depois de Cristo, o imperador Calígula iniciou a construção de um circo no local, o projeto foi terminado por Nero e ficou conhecido como Circus Gaii et Neronis. A área acabou se tornando local do martírio de muitos cristãos, registros também apontam que foi nesse circo que São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.Um cemitério também ficava perto do local.





A construção da primeira igreja foi em 326, a Basílica de Constantino. Ela foi erguida no lugar onde onde os primeiros católicos romanos e arqueólogos italianos, afirmavam ter sido o túmulo de São Pedro. A partir daí, as estruturas que já existiam, e as que surgiram depois passaram a concentrar as mais belas obras sacras do mundo. Arquitetos e artistas renomados dedicaram muito esforço, formando um conjunto que emociona pela perfeição.

Além da dedicação para criar obras de arte, a Igreja Católica (Apesar do domínio e imposição religiosos) ajudou a preservar muitas obras da Roma Antiga. Os Museus Vaticanos (Musei Vaticani) abrigam extensas e valiosas coleções de arte e antiguidades colecionadas ao longo dos séculos pelos diversos papas que passaram por lá.




Mas, de todos os lugares e obras, a Capela Sistina, é o mais incrível! Construída entre 1473 e 1484, ela tem obras de gigantes do Renascentismo, como: Perugino, Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli, Signorelli, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Bartolomeo della Gatta e Rafael. E claro, para justificar toda a dor no pescoço de quem tenta absorver cada detalhe do teto mais perfeito do mundo, a participação de Michelangelo, que anos mais tarde também pintou cenas do Juízo Final no Altar.

Na Capela Sistina é proibido tirar fotos, mesmo sem flash. 


Mas sou muito transgressora.





Roma

O passeio por Roma é uma viagem no tempo garantida. É impossível caminhar pelas ruas estreitas, calçadas com pedras já lisas pela ação do tempo, sem se imaginar no passado. 
E tem memórias para todos os gostos. 


(A Fontana di Trevi é um ponto imperdível na cidade. A ideia inicial da fonte surgiu em 1453, para marcar o final de um aqueduto que foi reativado para abastecer a cidade. A fonte fica no encontro de três ruas importantes de Roma (Tre Vie) e daí o nome, Trevi. Só em 1732, uma reforma para deixá-la mais dramática começou. E em 1762, a versão barroca da fonte foi inaugurada, e ela ficou assim, como vemos hoje.)

Estátuas em mármore, ruínas como o Fórum Romano e o Coliseu, lembram um tempo em que os romanos eram sinônimo de poder, soberania cultural e dominação de diversas partes da Europa. 




A crença nos deuses da cultura grega, que ali ganharam novos nomes, mas eram igualmente adorados, a arquitetura que impressiona pela grandiosidade e riqueza de detalhes em um tempo em que não existia nem 1/3 das ferramentas de hoje segue preservada.

Ao mesmo tempo, o cenário contrasta com a riqueza de outra época, que veio em seguida e com muita força, uma época em que a igreja católica detinha poderes quem iam muito além da religião. E a arte, era uma importante forma de expressar a fé. 


É tanta beleza e por todos os lados, que não existe roteiro ruim em Roma. Muitos monumentos e pontos turísticos ficam próximos, e caminhar entre eles é diversão garantida.


Os metrôs na cidade são péssimos, então, mais um incentivo aos passeios ao ar livre.
As pessoas também são o máximo, o jeito cantado e alto de falar, os gestos do povo mais expressivo de todos. Observar os italianos também é muito legal. Afinal, quem mais têm garçons que são socos na mesa pra reforçar um ponto, criticam qualquer escolha que eles não achem correta na cara do cliente, e deem risada de tudo? Barulhentos, bravos e felizes, os italianos são demais. E nem é por me lembrarem das minhas raízes, por que apesar de estourada, grossa, gritona e ao mesmo tempo simpática, foi só ir lá pra ver que minha italianisse está bem diluída. É só por que eles são loucos de um jeito muito legal.

E como se não bastassem a arquitetura e as pessoas...vem a gastronomia.

O que dizer da gastronomia? Que me engordou 3 quilos em menos de 2 semanas? Sim, mas não tem como não aproveitar as pizzas, massas, carnes e claro, o gelato. 


Os restaurantes não são caros, e a maioria coloca os pratos e preços oferecidos na rua, então é possível decidir sem precisar entrar no local. 

O site Trip Adivisor também é uma ajuda legal para a visita. (O TripAdvisor.com é um site de viagens que fornece informações e opiniões de conteúdos relacionados ao turismo.) Notamos que em Roma os restaurantes e hotéis pedem para que os clientes falem sobre os estabelecimentos no site, o que colabora para a criação de um banco de dados bem fiel. Usamos várias vezes, e em todas, quem estava bem pontuado, merecia a nota. Quando arriscamos ir em locais com pontuação baixa, o resultado não foi bom.

Também sobre o atendimento, diferente da França, lá quase todo mundo fala inglês. Em alguns lugares encontramos garçons e vendedores que falavam muitas línguas. Alemão, espanhol e francês, além do italiano e inglês.

Enfim, Roma é bagunçada, mas muito alegre e recebe muito bem seus visitantes. Uma delícia de lugar! 

domingo, 10 de abril de 2016

Palais Longchamp


Um dos pontos mais bonitos de Marseille, e um dos passeios mais legais que fizemos na cidade. O Palais Longchamp levou 30 anos para ficar pronto, e foi inaugurado em 1869. Além da estrutura central, que é deslumbrante, ele é cercado por jardins e tem dois museus, o Museu de História Natural e o Museu de Belas Artes de Marseille.

A torre central foi projetada para comemorar a chegada de mais água à cidade, resultado de um projeto de 1838, que permitiu o desvio de água para a Marseille por meio de um canal. Na época, a população sofria com as secas.

A escultura central impressiona pelos detalhes, ficamos muito tempo admirando as figuras e contornos perfeitos. E depois de um pouco de pesquisa, dá para entender muitos dos símbolos presentes na obra.


As três mulheres no centro representam a fertilidade para as terras, esperada com a construção do canal. As frutas e os touros representam a possibilidade de desenvolvimento da agricultura e pecuária, e ao mesmo tempo, puxam uma carruagem que carrega a água em direção ao povo.


Outra necessidade que a cidade tinha no mesmo período era a de um museu. (Fico pensando, há quantos anos Marseille já tinha essa necessidade, e no Brasil a corrupção rouba até hoje essa oportunidade da população, que, desesperada, ainda precisa de saúde e comida antes de poder pensar em mais) Muitos projetos foram discutidos, até chegar a ideia final, um prédio simétrico, abrigando um museu em cada lateral.

Visitamos as duas galerias. O Museu de História Natural é pequeno em comparação a acervos como o de NY, mas era o preferido no fim de semana em que visitamos. Famílias inteiras, crianças encantadas observando os animais empalhados, fazendo mil perguntas, adorando cada detalhe.


O Museu de Belas Artes foi com certeza meu favorito até agora. Além das obras incríveis, a disposição nos ambientes, as molduras, a iluminação perfeita para realçar cada trabalho, todo um conjunto que deixa o espaço encantador.


As telas são lindas, algumas têm traços e técnicas de iluminação tão impressionantes que parecem fotografias. As esculturas são riquíssimas em detalhes. Tudo maravilhoso.



Saindo do museu, nos fundos do prédio funcionava um zoológico, desativado nos anos 80, que hoje conta com estátuas coloridas dos animais. Também existem uma área de playground para as crianças, um jardim só para passear com cachorros (franceses amam cachorros, é demais! Ainda vou escrever só sobre isso), e outro jardim maior, com vários monumentos, área para caminhar e banquinhos para quem quiser aproveitar a vista.








Enfim, adoramos tudo por lá e vamos voltar com certeza.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

É dia de feira


Algo super legal de Marseille são as feirinhas. Têm várias em diferentes bairros da cidade, 
e ainda estamos descobrindo os dias e horários de cada uma.

Nos arredores do Vieux Port acontecem as mais tradicionais, tem o Marché aux Poissons, que oferece muitas opções de frutos do mar (muitas mesmo! Tem ouriços, peixe espada, fora os peixes normais e fresquinhos como linguado e salmão, e lá também é possível ver tanques grandes, com lagostas vivas). Logo ao lado, à direita do Vieux Port também tem ferinha de sabonetes de Marseille, uma das especialidades da cidade (são maravilhosos!) e artesanatos locais.


O nosso atual favorito é o Marché du Prado, que acontece nas quartas, sextas e sábados bem perto de onde moramos. O estilo é bem característico, qualquer coisa pode ser encontrada nessa ferinha! 


Comida, aviamentos, roupas novas e usadas, bijuterias, sapatos, livros, dvd’s, plantas, o famoso sabonete, maquiagem, perfumes, utensílios domésticos, e a lista só continua... 







Ah, e quando eu digo que tem tudo, é TUDO mesmo. Até bebês porco...que o Alex não me deixou comprar e cuidar como animal de estimação.


Tem gente de todo canto e credo por lá, árabes, africanos, belgas, italianos, espanhóis, ciganos, e claro, os franceses. Tenho ido quase toda sexta-feira. O pessoal é super paciente, e é um bom lugar para exercitar o idioma. Até porque, feira é feira em qualquer lugar do mundo, então é só caminhar pelo corredor entre as barracas para ouvir os apelos dos vendedores na disputa pela atenção dos clientes! “C’est tout pour 5 euro!!!”, “Bonjour, Madamme!”, “Venez! Venez!” E quando conseguem, ficam dando detalhes sobre o produto, falam com calma, ensinam os nomes dos produtos, é bem legal.

Nessas idas à feirinha já deu para perceber que: o preço final nunca é o da etiqueta, levar dois ou mais itens é garantia de desconto por aqui! E dizer que algo é italiano, principalmente para roupas e sapatos, é sinônimo de qualidade, afinal, a disputa com os produtos chineses é grande.



Para a gente tem sido impossível ir e voltar para casa sem: alguma coisa pequena para casa, como lã ou cortador de unhas, frango assado no sábado, e a nova obsessão do Alex, sabonetes de Marseille. Acho que está quase na hora de buscar ajuda profissional. 

Em 2 meses, temos sabonete para 3 anos.  

                            

(Essa é só uma parte, tem sabonete na casa toda.)